O Professor tira dúvidas

Janeiro 10 2017

O bem que faz ler um livro, em 7 razões comprovadas pela ciência

09.01.2017 às 9h38

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De fomentar a inteligência a prolongar a esperança média de vida, a leitura só traz benefícios

 

O primeiro livro impresso data do séc. XV, mas antes de Cristo já o Homem começara a escrever em folhas de papiro, no Egito. Desde então quase todo o conhecimento ficou gravado em páginas de livros e, nas últimas décadas, as obras publicadas cresceram ainda mais em número, assim como foram surgindo investigações sobre os benefícios da leitura.

Na semana em que a VISÃO vai começar a oferecer um livro por mês com a sua edição imprensa, no âmbito da iniciativa Ler Faz Bem, deixamos-lhe sete benefícios de ler um livro, segundo a ciência.

Alarga o vocabulário

Nenhuma atividade expõe uma pessoa a maior e mais diversificada quantidade de palavras. Mais do que assistir a programas televisivos de conversas, vulgo talk shows, ou infantis, como a "Rua Sésamo", e mais do que uma conversa de amigos, mesmo que sejam todos licenciados, é a leitura que aporta um vocabulário mais alargado, indica um estudo da Universidade da Califórnia.

Desperta a inteligência

A ciência já mostrou que a genética e a educação são fatores que influenciam a inteligência, sendo que ler é uma das principais fontes de conhecimento. Um estudo de 2014 com crianças, realizado por investigadores da Universidade de Edimburgo, na Escócia, e da King's College of London, em Inglaterra, concluiu que a evolução das capacidades de leitura "pode resultar em melhorias nas habilidades cognitivas verbais e não verbais", que "são de vital importância ao longo da vida". E quanto mais cedo se começar, melhor.

Previne doenças

Correr e ir ao ginásio são atividades físicas na moda porque o exercício fortalece o corpo e promove o bem-estar. Mas, por mais variado que seja o treino, nem todos os músculos são trabalhados. Para garantir que nenhum fica para trás, ler um livro é um bom remédio: inúmeros estudos indicam que a leitura estimula os músculos do cérebro e torna-os mais fortes, podendo atuar como fator preventivo em doenças degenerativas como o Alzheimer. Está também provado que pessoas com profissões intelectualmente mais exigentes têm menor propensão para desenvolver patologias ligadas à deterioração do cérebro.

Reduz o stresse

Nem caminhar, nem ouvir música, nem beber um chá. Nada resultou melhor do que ler um livro para acalmar um coração acelerado, segundo uma pesquisa liderada pelo neuropsicólogo britânico David Lewis, da Universidade de Sussex. Bastaram seis minutos de leitura para os níveis de stresse das pessoas que aceitaram participar diminuírem até 68%, contra um máximo de 61% quando tentaram acalmar através da música. Um chá (54%) ou uma caminhada (42%), outras alternativas avaliadas, mostraram-se menos eficazes.

Promove a empatia

Ainda que um livro seja encarado como uma companhia, ler é em si mesmo um ato solitário. Mas entre os seus benefícios encontra-se também a tendência para causar melhor impressão nos outros. Um estudo de dois investigadores holandeses mostrou que a leitura de narrativas ficcionadas influencia características própria da condição humana como a capacidade de criar empatia. E esse é um trunfo importante em qualquer relação, seja pessoal ou profissional.

Combate o envelhecimento do cérebro

Há uma relação direta entre a atividade cognitiva realizada ao longo dos anos e a perda das capacidades cognitivas associadas ao envelhecimento natural, como a memória, o raciocínio ou a perceção. Quanto maior atenção se dedicar à primeira, por exemplo através da leitura de livros, mais lenta se torna a segunda, concluiu um estudo de 2013 publicado no jornal científico Neurology, da Academia Americana de Neurologia.

Aumenta a esperança média de vida

Mais dois anos. Em rigor, 23 meses. Como a VISÃO deu conta em agosto, um estudo da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, revelou que, em média, é esse o tempo que vivem a mais as pessoas que leem um livro 30 minutos por dia, quando comparadas com as que não o fazem. Os investigadores chegaram a esta conclusão ao fim de 12 anos de estudo, publicado no jornal Social Science and Medicine.

http://visao.sapo.pt/actualidade/sociedade/2017-01-09-O-bem-que-faz-ler-um-livro-em7razoes-comprovadas-pela-ciencia

publicado por OPTD às 19:59
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Outubro 23 2012

 

 

A bondade

Por João Alexandre Rodrigues

As pessoas que reagem com ódio, na presença da bondade, não acreditam no amor e no romantismo. Negam a paixão e a intimidade. Adotam os jogos psicológicos, nos relacionamentos de intimidade, com base no poder, prestigio, competição. Refugiam-se nas profundezas do seu ego dorido e isoladas.

 

As pessoas que reagem com ódio, na presença da bondade, utilizam o argumento da culpa. Qualquer contratempo nas suas vidas, culpam tudo e todos, são umas "vítimas" da sua própria maldade. As pessoas bondosas são os responsáveis por haver tanta hipocrisia e mentira no mundo.

 

As pessoas que reagem com ódio, na presença da bondade, odeiam a honestidade, porque assim, são obrigados a admitir perante si mesmos este facto. Odeiam a bondade porque revela a sua maldade. Destroem a bondade de forma a evitarem a dor da consciência.

 

As pessoas que reagem com ódio, na presença da bondade, não o fazem com malícia consciente, mas cegamente, sem se aperceberem da sua própria maldade; na verdade, negam essas características em si próprios.

 

As pessoas que reagem com ódio, na presença da bondade, perderam o contacto com a sua “criança interior”, perderam o valor da ingenuidade e da espontaneidade.

 

Votos de uma semana recheada de bondade.

 

http://mulher.sapo.pt/carreira-vida/desenvolvimento-pessoal/a-bondade-1277501.html

 

publicado por OPTD às 19:54

Junho 29 2012

 

 

http://noticias.sapo.pt/nacional/artigo/quem-nao-gostaria-de-ser-harry-p_4149.html

 

 

publicado por OPTD às 10:28

Junho 22 2012

Num país com baixos índices de escolarização e altos níveis de iliteracia, os pais tendem a confundir a preparação, a cultura e o conhecimento dos seus filhos com as notas que eles têm em exames. Este "conhecidómetro" instantâneo transformou-se no alfa e no ómega do nosso sistema educativo. Pouco interessa o que realmente se aprende na escola e qual a utilidade do que se aprende para o desenvolvimento intelectual, cultural, técnico e emocional (desculpem, "emocional" não, que é "eduquês") da criança (desculpem, "criança" não, que é "piegas") e do adolescente. A escola tem apenas uma função: preparar para os examesA.

Um pai um pouco mais exigente, que tente acompanhar os estudos do seu filho, depara-se sempre com a mesma avassaladora e pragmática resposta: "pai, isso não me interessa, não sai no teste"; "mãe, não é assim que está no livro". A nossa escola promove duas coisas: a completa ausência de sentido crítico e a capacidade de memorização. Não desprezo a segunda, muitíssimo longe disso. Mas, se não me levarem a mal, não chega.

Na escola portuguesa também se despreza cada vez mais a capacidade de desenvolver projetos, em grupo ou individualmente, promove-se pouco o desejo de ir mais longe do que é debitado nas aulas e dá-se muito pouco valor à expressão oral. Depois de centenas de exames, um aluno com excelentes notas pode acabar a escola sem saber desenvolver oralmente uma ideia e sem conseguir argumentar num debate. Porque o essencial da avaliação é feita através de provas escritas, sem consulta, e iguais para todos.

Compreende-se esta opção: é aquela que melhor serve o raciocínio do burocrata. E para o burocrata a exigência não se mede por o gosto por aprender (ui, o que eu fui escrever!) e pelo desenvolvimento de capacidades que são forçosamente diferentes, de pessoa para pessoa. O burocrata abomina, pela sua natureza, as variações que lhe estragam os gráficos.

Os testes e exames não servem para avaliar o que se aprendeu nas aulas e fora delas, as aulas é que servem para os alunos se prepararem para os testes e exames. E avaliados de uma forma que, com raríssimas exceções, nunca mais vão voltar a experimentar na sua vida. Nunca mais, em toda a minha vida, me tive de sentar numa secretária e despejar por escrito o que, como a esmagadora maioria dos alunos, tinha decorado uns dias antes.

O ministro Nuno Crato passa por um reformador. Porque alguém meteu na cabeça das pessoas que há uma qualquer relação entre a "escola moderna" (um movimento pedagógico considerado libertário) e as práticas e teorias em vigor nas escolas públicas e no Ministério da Educação. Na realidade, a escola sonhada por Nuno Crato é muito próxima da escola que realmente temos. Ele apenas decidiu agravar todos os seus vícios: a "examinite" aguda, o domínio absoluto do que a gíria estudantil chama de "encornanço" e o predomínio burocrático da avaliação como princípio e fim das funções do ensino. Lamentavelmente, como poderemos ver comparando o nosso sistema educativo com os melhores da Europa - o finlandês, por exemplo, que tem os melhores resultados no mundo apenas tem, que eu saiba, um exame no fim do ensino secundário -, este sistema não prepara profissionais competentes, pessoas interessadas e cidadãos conscientes. Este sistema burocrático, pensado por burocratas, apenas forma excelentes burocratas.

Nuno Crato já tinha criado os exames no final do 2º ciclo e, absoluta originalidade em toda a Europa, no final do 1º ciclo. Promete agora a introdução de mais exames nacionais, no final de cada ciclo, em mais disciplinas. Não tenho a menor dúvida que a medida é popular. Popular entre muitos pais, que podem ver as capacidades dos seus filhos traduzidas em números, sem terem de acompanhar o que eles realmente sabem. Popular entre muitos professores com menos imaginação que têm assim metas bem definidas, sem a maçada de trabalhar com a singularidade de cada aluno.

A escola, como uma fábrica de salsichas, é o sonho do ministro contabilista, do professor sem vocação e do pai sem paciência. Não vale a pena é enganar as pessoas: não se traduz em qualquer tipo de "exigência" (uma palavra com poderes mágicos, capaz de, só por ser dita, transformar a EB 2 3 de Alguidares de Baixo no Winchester College) nem em mais qualificação profissional e humana dos jovens portugueses. Os países que conseguiram dar à Escola Pública essa capacidade seguiram o caminho oposto. Aquele que Nuno Crato abomina.



In Expresso 20062012

publicado por OPTD às 14:31

Junho 11 2011

Se não os frustrarmos vão ficar detestáveis - Mário Cordeiro
Notícia criada em 2011-06-07 e lida 342 vezes
 

 Se não os frustrarmos vão ficar detestáveis - Mário Cordeiro

 

Os pais de hoje são melhores, iguais ou piores pais do que os seus pais?

São diferentes. São diferentes como pessoas, dado o percurso de vida diferente que tiveram em relação aos pais e avós, sobretudo num país que teve uma transição social muito rápida; são diferentes as famílias, na sua composição e estrutura; é diferente a sociedade, seja na tecnologia, seja nos estilos de vida, transportes, horários, trabalhos e regras e premissas sociais. A vida da mulher e do homem alterou-se muito, bem como os aspectos relacionais dessa vida. Uma coisa é certa: são os melhores pais que os filhos podem ter, e isso é que interessa. Não se podem comparar coisas que são incomparáveis, passe o pleonasmo.

Como reage àquela ideia, que tanta gente repete, de que em criança é que se é feliz...

As crianças são felizes, embora a infância não seja um universo cor-de-rosa, mas sim um quadro que começa em tons bem negros e ao qual poderemos adicionar cores, entre as quais a cor-de-rosa, bem como alguns (muitos) arco-íris. Mas para ter arco-íris é necessário ter sol mas também chuva. Há crianças mais felizes e outras menos felizes, e ainda há, felizmente, uma minoria muito infeliz, mas porventura menos do que anteriormente, embora careçamos de dados epidemiológicos para sustentar uma afirmação destas, que pertence mais ao domínio das convicções.

Os pais, sobretudo as mães, falam muito da 'culpa' que os persegue?

Muito, mas é preciso desfazer esse mito da super-mulher, e a culpabilização das mães por trabalharem. As mães sempre trabalharam, e não apenas em casa ou no meio rural: há 100 anos, mais de um terço das mulheres trabalhava em fábricas, vendas, etc. Chega de culpa, essa odiosa herança da nossa moral judaico-cristã. É preciso responsabilização, mas não culpabilização, porque esta, além de injusta, vitimiza e paralisa.

O maior drama dos pais de hoje é a falta de tempo?

Não digo que os dias tenham 48 horas ou que uma vida pessoal plena não contemple muitos universos que não apenas o prestar cuidados aos filhos, mas sendo o tempo um bem finito e escasso, há que o valorizar como precioso e usá-lo bem. E fazer ver aos nossos filhos que quando nos vêem, depois de um dia inteiro de ausência, estão 'famintos' de pais, que eles são a nossa prioridade. O que não quer dizer que sejam o nosso único destino ou que tenham espaço para libertar a sua omnipotência narcísica e egoísta. Mas a nossa prioridade, são.

É possível 'tempo de qualidade' sem tempo de facto?

Claro que há que ter um mínimo de tempo e aí entra outra coisa: opções. Cada um deve estudar, com critério, quais as prioridades e não pensar que são deuses e que podem fazer tudo. Não podem. Ter filhos levará a que muitas outras coisas terão de ser postas um pouco à margem, designadamente a cegueira pelas «car-reiras» e pelo trabalho. E, note, não tem nada a ver com o trabalho enquanto necessidade de vida, mas com o culto desse trabalho como Ente supremo nas nossas vidas.

De que forma é que o Estado, nós todos, podíamos ajudar os pais a ter uma vida mais fácil?

A maneira como uma sociedade trata as crianças (e os seus cuidadores) diz bem do grau de civilização dessa sociedade. E por muita UE que sejamos e modelo nórdico que ambicionemos (nos discursos), estamos a milhas desses horizontes e não se vê vontade política, nem sequer para debater o assunto. E não é com cheques-bebés e outras coisas no género, ou a beijar criancinhas em campanha eleitoral. É com medidas que apoiem a maternidade e a paternidade (como algumas das tomadas quando do nascimento) e com a intolerância perante abusos cometidos pelos empregadores. Por outro lado, o Estado não se deve substituir às pessoas e os pais, que têm de ter coragem para aproveitar a Lei sem reservas. Infelizmente, muitos pais não querem ter a 'maçada' de estar com os filhos.

Tenho ouvido pediatras e psicó-logos dizer que a tolerância dos pais à dor e à frustração dos filhos é excessivamente baixa. Sente que é assim?

Quando os pais não são capazes de ser pais, só causam insegurança. A vida faz-se de coisas boas e outras menos boas, que valorizam as boas.

O que acontece quando não somos capazes de os frustrar?

A baixa tolerância à frustração é um passo para criar pessoas narcísicas, birrentas, omnipotentes, numa palavra, detestáveis e que são um autêntico cancro social e relacional. Não se pode ter 'tudo já', nem sequer 'tudo'. É bom que os pais ensinem a frustração e como ter planos B que a menorizem, caso contrário teremos crises sucessivas de ganância de humanos que se acham deuses e podem ter tudo o que querem, só por terem um cartãozinho de crédito.

Imagine-se num parque infantil. Uma frase: 'Não consigo fazer nada dele', enquanto o menino arranca o balde da mão de outra criança, ou dá pontapés na própria mãe...

O menino arranca o balde, devolve o balde e pede desculpa. O menino dá um pontapé na mãe e vai de castigo. Tão simples como isso. Tudo o resto é fantasia de pessoas mal resolvidas e com medo da censura social. Quando uma criança faz uma birra em público, quem fica mal vista é ela, ou os pais que nada fizerem. Os pais que actuam como deve ser só ficam bem no retrato.

Ainda outro comentário: «O meu filho foi fazer testes para ver se 'entra' no jardim-de-infância» (desta ou daquela escola, normalmente bem cotada). Como sente uma criança este exame de admissão, sobretudo se não entrar? Começa a vida já como um falhado?

Testes para o jardim-de-infância? Mas estará tudo doido? Nem comento, mas gente parva sempre houve, não é necessariamente de agora, e esses testes têm a ver, muitas vezes, com começarem-se a formar «cavalos de corrida» para ocuparem no futuro lugares de relevo. Muitas escolas particulares são 'braços armados' de estratégias de grupos económicos, religiosos e outros. Bem-haja a escola pública!

A outra frase que vai ouvir de certeza é «o meu filho é alérgico». Há mais alergias de facto, são mais diagnosticados, ou é quase um rótulo que justifica os medos dos pais perante o desconhecido?

Há mais alergias e reacções similares, decorrentes da degradação ambiental que não vemos, mas que existe… e que o nosso corpo sente. Não tem a ver com a alimentação, exclusivamente, até porque nunca circularam produtos de tão boa qualidade no espaço europeu, mas sim com a poluição, os escapes automóveis, a retenção dos pólenes nas cidades por acção da poluição e do calor urbano, etc. O ambiente mudou, mas o nosso organismo é o mesmo de há milhares de anos e não se adapta geneticamente de um dia para o outro.

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Ingredientes para uma criança feliz

1 - Amor - Dar e receber, mas de forma explícita, não apenas intencional ou conceptual. Conselho: habituem--se a pedir aos vossos filhos para dizerem duas coisas que correram bem nesse dia e duas que correram menos bem. Falem sobre elas.

2 - Educação - Regras, firmeza afectiva, limites, instrução, cultura. Conselho: Não pensem que os meninos mal-educados que vêem foram atingidos por um qualquer raio cósmico. São o resultado de anos e anos de 'má-educação'.

3 - Lazer, desporto, actividades artísticas, espaços amplos de liberdade. Não esquecer que os pais são os modelos principais para as crianças. Se fica no sofá, não se admire...

4 - Debate de ideias, ética, noções filosóficas desde muito cedo, capacidade de argumentação, coerência e consistência na defesa daquilo em que se acredita.

5 - Ler, ouvir música, escrever, fantasiar, criar, amar. Diferente de estar sempre a impor actividades...

 

in destak

publicado por OPTD às 11:40

Junho 01 2011

http://www.ensinoprivado.com/noticia_Sete-ideias-para-os-jovens-que-vao-a-exame!---Nuno-Crato.html

 

Sete ideias para os jovens que vão a exame! - Nuno Crato
Notícia criada em 2011-05-31 e lida 592 vezes
 

 Sete ideias para os jovens que vão a exame! - Nuno Crato

 

DENTRO DE ALGUMAS semanas, milhares de estudantes do Ensino Básico e Secundário terão exames. Sabemos que as provas nem sempre estão bem feitas, que são menos frequentes do que deviam, que não têm o grau de exigência necessário e que, muitas vezes, os enunciados são enganosos. Mas isso neste momento pouco importa. Para os estudantes, para os pais que os acompanham e para os professores que os apoiam, o que agora interessa é aproveitar estas últimas semanas. Ainda há tempo para muita coisa, desde que se trabalhe. Talvez algumas das ideias seguintes sejam úteis.

Primeira ideia: Programar o estudo. É um dos factos mais surpreendentes da vida: traçar objectivos é meio caminho andado para os atingir. Isso é verdade na escola, na política, no desporto, nas empresas. Pode-se trabalhar muito, pode-se estar o dia todo ocupado e parecer que não se consegue fazer mais nada. Mas quando se perde um pouco de tempo a pensar e organizar a vida, consegue-se fazer mais. Daqui até às provas há ainda algumas semanas; por que não fazer uma lista das matérias prioritárias e planear dominá-las, com objectivos traçados semana a semana e dia a dia? Depois, é controlar o plano de estudo. Basta perder cinco minutos ao fim do dia para verificar o que se fez e não se fez e o que é preciso fazer para recuperar o tempo perdido.

Segunda ideia: Testar o que se sabe. É uma das descobertas mais sólidas da psicologia cognitiva moderna: as avaliações são um auxiliar importantíssimo do estudo; muitas vezes aprende-se mais enquanto se pensa como responder a um teste ou a verificar onde se errou, do que no estudo calmo e descontraído. A resolução de testes e exercícios é fundamental.

Terceira ideia: Voltar atrás quando não se percebe. Andar muito tempo à volta de um exercício ou de um conceito e não o conseguir entender é habitualmente sintoma de que há algo para trás que não se percebe. Não vale a pena fingir que se saltam obstáculos.

Quarta ideia: Perceber e decorar, decorar e perceber. Ao contrário do que recomendam algumas teorias pedagógicas ultrapassadas, a memorização não é inimiga da compreensão. As duas coisas são necessárias e reforçam-se mutuamente. Saber de cor uma fórmula pode ajudar a perceber um conceito e perceber um conceito pode ajudar a decorar uma fórmula útil.

Quinta ideia: Nem sempre o que parece mais fácil é o melhor. Entre ler um romance que se sabe que pode aparecer num exame e estudar um resumo, muitos jovens preferem ler o resumo. Que erro! Ler um romance é mais divertido, aprende-se mais, compreendem-se melhor os personagens e fixam-se melhor os pormenores.

Sexta ideia: Chegados ao exame, por mais difíceis que as questões pareçam, não desanimem. Muitas vezes, precisamos de algum tempo entre ler uma pergunta e ter a ideia da resposta. Leia-se segunda vez, terceira vez, com calma. Afinal a resposta pode ser simples.

Sétima ideia: Por mais simples que as questões sejam, não desanimem. Na Prova Intermédia de Ciências Físico-Químicas do 9.º ano feita este mês pelo Ministério, enunciavam-se um a um os nomes dos planetas do sistema solar e depois perguntava-se «o sistema solar é constituído por quantos planetas?» Muitos jovens podem não ter respondido por pensarem que havia algum truque. Não podia ser verdade! Não faz sentido perguntar a um aluno do 9.º ano se sabe ou não contar até oito! Mas era verdade.

 

in «Números e Letras» - «Expresso» de 28 Mai 2011

 

 

publicado por OPTD às 23:06

Janeiro 27 2011

Coisas que nunca deverão mudar em Portugal

Portugueses: 2010 tem sido um ano difícil para muitos; incerteza, mudanças, ansiedade sobre o futuro. O espírito do momento e de pessimismo, não de alegria.  Mas o ânimo certo para entrar na época natalícia deve ser diferente. Por isso permitam-me,  em vésperas da minha partida pela segunda vez deste pequeno jardim, eleger dez coisas que espero bem que nunca mudem em Portugal.

1. A ligação intergeracional. Portugal é um país em que os jovens e os velhos conversam - normalmente dentro do contexto familiar. O estatuto de avô é altíssimo na sociedade portuguesa - e ainda bem. Os portugueses respeitam a primeira e a terceira idade, para o benefício de todos.

 

2. O lugar central da comida na vida diária.  O almoço conta - não uma sandes comida com pressa e mal digerida, mas uma sopa, um prato quente etc, tudo comido à mesa e em companhia. Também aqui se reforça uma ligação com a família.

 

3. A variedade da paisagem.  Não conheço outro pais onde seja possível ver tanta coisa num dia só, desde a imponência do rio Douro até à beleza das planícies  do Alentejo, passando pelos planaltos e pela serra da Beira Interior.

 

4. A tolerância. Nunca vivi num país que aceita tão bem os estrangeiros. Não é por acaso que Portugal é considerado um dos países mais abertos aos emigrantes pelo estudo internacional MIPEX.

 

5. O café e os cafés. Os lugares são simples, acolhedores e agradáveis; a bebida é um pequeno prazer diário, especialmente quando acompanhado por um pastel de nata quente.

 

6. A inocência.   É difícil descrever esta ideia em poucas palavras sem parecer paternalista; mas vi no meu primeiro fim de semana em Portugal, numa festa popular em Vila Real, adolescentes a dançar danças tradicionais com uma alegria e abertura que têm, na sua raiz, uma certa inocência.

 

7. Um profundo espírito de independência. Olhando para o mapa ibérico parece estranho que Portugal continue a ser um país independente. Mas é e não é por acaso. No fundo de cada português há um espírito profundamente autónomo e independentista.

 

8.  As mulheres. O Adido de Defesa na Embaixada há quinze anos deu-me um conselho precioso: "Jovem, se quiser uma coisa para ser mesmo bem feita neste país, dê a tarefa a uma mulher". Concordei tanto que me casei com uma portuguesa.

 

9.  A curiosidade sobre, e o conhecimento, do mundo. A influência de "lá" é evidente cá, na comida, nas artes, nos nomes. Portugal é um pais ligado,  e que quer continuar ligado, aos outros continentes do mundo.

10.  Que o dinheiro não é a coisa mais importante no mundo. As coisas boas de Portugal não são caras. Antes pelo contrário: não há nada melhor do que sair da praia ao fim da tarde e comer um peixe grelhado, acompanhado por um simples copo de vinho.

 

Então,  terminaremos a contemplação do país não com miséria, mas com brindes e abraços.

publicado por OPTD às 19:19

Julho 18 2010

 

http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Mundo/Interior.aspx?content_id=1620227

 

 

Pedem-nos 67 minutos de trabalho solidário para comemorar este dia.
Só por hoje.
Para quem viu e não viu o filme de Clint Eastwood, Invictus, aqui fica o poema inspirador de Mandela :
Invictus

Out of the night that covers me,
Black as the pit from pole to pole,
I thank whatever gods may be
For my unconquerable soul.


In the fell clutch of circumstance
I have not winced nor cried aloud.
Under the bludgeonings of chance
My head is bloody, but unbowed.


Beyond this place of wrath and tears
Looms but the Horror of the shade,
And yet the menace of the years
Finds and shall find me unafraid.


It matters not how strait the gate,
How charged with punishments the scroll,
I am the master of my fate:
I am the captain of my soul.

William E Henley

tradução

http://www.casadacultura.org/Literatura/Poesia/g12_traducoes_do_ingles/invictus_henley_masini.html

 

publicado por OPTD às 14:17

Maio 30 2010



 

DEFICIÊNCIAS

Mário Quintana

 

'Deficiente' é aquele que não consegue modificar a sua vida, aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive, sem ter consciência de que é dono do seu destino.

'Louco'  é quem não procura ser feliz com o que possui.

'Cego' é aquele que não vê o seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só tem olhos para os seus míseros problemas e pequenas dores.

'Surdo'  é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou o apelo de um irmão. Pois está sempre apressado para o trabalho e quer garantir os seus tostões no fim do mês.

'Mudo'  é aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da máscara da hipocrisia.

'Paralítico' é quem não consegue andar na direcção daqueles que precisam da sua ajuda.

'Diabético'  é quem não consegue ser doce.

'Anão'  é quem não sabe deixar o amor crescer. E, finalmente, a pior das deficiências é ser miserável, pois:

 

' A amizade é um amor que nunca morre.

 

 

 

 

 

 

 

"A atenção é o bem mais precioso dos sistemas humanos."

 



publicado por OPTD às 18:51

Julho 21 2009

 

Resumo
Como uma Gramática
 
José Miranda
Com o presente trabalho pretendemos divulgar três das obras de um autor francês contemporâneo, Erik Orsenna, consagradas à Gramática e à Língua francesa : La Grammaire est une chanson douce (2001), Les Chevaliers du Subjonctif (2004) eLa Révolte des Accents (2007).
                Nestas obras, o Autor leva-nos numa viagem pela Língua e Cultura francesa, servindo-se dos elementos da Língua como personagens de uma narrativa em três partes, com fins didácticos e ao mesmo tempo literários, trazendo o discurso gramatical para o campo literário, de uma forma criativa e original.
Resumidamente, o Autor põe em cena elementos da Gramática, personificados, usando-os para contar uma história, cumprindo assim dois objectivos : ensinar e divertir.
De referir também o facto de nas obras de Orsenna, os aspectos literários e culturais franceses (e outros) estarem sempre presentes pela evocação de nomes das Letras ou da Música como La Fontaine, Marcel Proust, Saint-Exupéry, Piaf, Henri Salvador, mas também Herman Melville, Joseph Conrad, Ernest Hemingway, escritores do mar e da viagem, Shakespeare, os musicais, num percurso de globalização cultural, um pouco à imagem da obra multifacetada do Autor.
Outro aspecto original das obras referidas é o uso das ilustrações, entradas de dicionário, caracteres de outras línguas como ilustração da mensagem escrita, o que transforma estas obras em objectos híbridos, ora em torno da etiqueta infanto-juvenil, ora mais próximo das reflexões melancólicas de um adulto face à vida e à língua em que nos emocionamos e vivemos, ou mesmo das memórias de aprendizagens escolares na infância.
Não sendo gramáticas nem romances, também não são apenas contos, estão próximos das estratégias das fábulas, mas têm, por vezes, um contexto entre o fantástico e o real, não deixando de ser ensaios sobre a Língua Francesa, o que impossibilita um público estanque, permitindo vários tipos e níveis de leitura.
Esta tendência, no que se refere à abordagem literária / lúdica da Gramática tem outros precursores / seguidores no panorama literário francês, como Pennac ou Rambaud, por exemplo, que para além do uso da narrativa, usam também outras abordagens como o diálogo ou o género epistolar.
Em suma, Orsenna dedica estas obras à Língua Francesa nos seus aspectos didácticos, literários e culturais, fundamentando o uso da gramática como tema de uma narrativa didáctica, mas também literária e cultural, aspectos incessantemente veiculados pela Língua.
 

Apresentado em 03/2009 no 8º encontro nacional da APP e publicado nas actas desse encontro

publicado por OPTD às 17:02

Um blogue de apoio às minhas aulas e a todos os que gostam de Português, Francês e tudo... Desde 2008.
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