
José Saramago
A viagem do elefante
2008
A história passa-se no século XVI iniciando-se em Portugal.
D. João III e a sua mulher, D. Catarina, resolvem oferecer ao primo desta, o arquiduque Maximiliano II da Áustria, como presente de casamento com uma princesa espanhola, Maria, um elefante (Salomão) vindo da Índia e que estava praticamente abandonado em Belém há dois anos com o seu cornaca (tratador) Subhro (branco).
Limpam-no e começam a fazer os preparativos para a longa viagem de Lisboa até Valladolid, onde era o casamento.
A viagem foi longa e lenta, porque o elefante dormia sempre a sesta e comia e bebia muito, o que por vezes não era fácil de satisfazer, o que demorava ainda mais a entrega do animal ao arquiduque.
As pessoas que o viam passar assustavam-se e achavam que era uma criatura diabólica.
Foram perseguidos por lobos esfomeados, mas os soldados portugueses que o escoltavam conseguem entregar o elefante ao arquiduque, que lhe muda o nome para Solimão. O tratador passa a chamar-se Fritz, porque o arquiduque não conseguia dizer aqueles nomes, nem gostava deles.
Atravessaram Espanha debaixo de calor, os Pirinéus com o frio, colocaram Solimão num barco até Génova, na Itália, sob a chuva, atravessaram os Alpes debaixo de neve, até chegarem a Viena de Áustria.
A cidade recebeu-os em festa. Uma menina de cinco anos atirou-se para a frente do elefante e todos pensaram que ele a esmagaria, mas ele agarrou-a com a tromba e salvou-a para grande alegria de todos.
O elefante morreu dois anos depois, em Dezembro de 1553.
Todos ficaram muito tristes, inclusive D. Catarina que não quis ouvir a notícia da morte do elefante.
José Miranda(C)