Grupo I - 50%
Lê o texto A e responde, de forma completa e adequada, às questões:
O Príncipe Nabo
A sala do trono: um tapete, cortinados pesados, algumas cadeiras, móvel carregado de "bibelots", uma jarra enorme. O retrato do rei na parede, um espelho. No centro, o trono.
Aurora (A limpar, com um espanador, a jarra enorme) – Hoje é que vai ser. Estou ansiosa por saber o que acontece. Vou espreitar pelo buraco da fechadura. "Não devemos perder os momentos históricos", costuma dizer o rei. (Ri-se.)
Carolina – É a sexta vez que mandam cá vir uma data de príncipes para a princesa escolher um marido.
Aurora – Um marido não, um príncipe consorte.
Carolina –: Com sorte... hum... Sei lá se é uma sorte casar com a princesa.
Aurora – Má língua!
Carolina: Ora essa, só digo o que toda a gente diz. De resto, quem tem a sorte toda é ela. Os pretendentes aparecem-lhe em casa, e logo aos magotes! Raparigas da nossa laia precisam de correr Seca e Meca aos domingos depois das três, da Igreja para a feira, dali para a Avenida e para as transversais, e de homem para casar nem sinal. (Suspira.)
Lucas: É que tu não és uma princesa e não tens nem castelo nem fortuna.
Aurora: Virá hoje alguém que lhe agrade?
Lucas: Não me parece. Príncipes como ela quer não existem neste mundo. Ou são gordos, ou são magros, pequenos, altos de mais...
Carolina: Ou então loiros de mais, morenos de mais...
Aurora: Ela quer um príncipe perfeito...
Lucas: Um príncipe perfeito. Já há um ror de anos que sirvo neste castelo e nunca cá vi um príncipe perfeito. Afinal toda a gente tem falhas, tanto faz que sejam príncipes como criados. Eu, por exemplo...
Carolina – És magro de mais.
Lucas – Pronto, lá está!
Aurora – E o cozinheiro é gordo de mais.
Aparece o cozinheiro.
LOSA, Ilse – O Príncipe Nabo. Porto: Afrontamento, 2000. p. 5-6.
- Retira do excerto um exemplo de didascália e explica para que serve.
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- Situa o excerto na obra, justificando o que acontece antes e depois.
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- Que atitude tem Carolina relativamente à Princesa? Faz o retrato psicológico de Carolina neste excerto.
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- Concordas com as atitudes destas personagens em relação à Princesa? Porquê?
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Lê o texto B e responde, de forma completa e adequada, às questões:
Ilse Lieblich Losa (Melle-Buer, 20 de março de 1913 — Porto, 6 de janeiro de 2006) foi uma escritora portuguesa de origem judaica. Nascida na Alemanha, frequentou o liceu em Osnabrück e Hildesheim e mais tarde um instituto comercial em Hannover. Ameaçada pela Gestapo de ser enviada para um campo de concentração devido à sua origem judaica, abandonou o seu país natal em 1930. Deslocou-se primeiro para Inglaterra onde teve os primeiros contactos com escolas infantis e com os problemas das crianças. Chegou a Portugal em 1934, tendo-se fixado na cidade do Porto, onde casou com o arquiteto Arménio Taveira Losa, tendo adquirido a nacionalidade portuguesa. Em 1943, publicou o seu primeiro livro "O mundo em que vivi" e desde dessa altura, dedicou a sua vida à tradução e à literatura infanto-juvenil, tendo sido galardoada em 1984 com o Grande Prémio Gulbenkian para o conjunto da sua obra dirigida às crianças. Em 1998 recebeu o Grande Prémio de Crónica, da APE (Associação Portuguesa de Escritores) devido à sua obra À Flor do Tempo. Colaborou em diversos jornais e revistas, alemães e portugueses, está representada em várias antologias de autores portugueses e colaborou na organização e traduziu antologias de obras portuguesas publicadas na Alemanha. Traduziu do alemão para português alguns dos mais consagrados autores. Segundo Óscar Lopes "os seus livros são uma só odisseia interior de uma demanda infindável da pátria, do lar, dos céus a que uma experiência vivida só responde com uma multiplicidade de mundos que tanto atraem como repelem e que todos entre si se repelem".
In http://www.wook.pt/authors/detail/id/293
- Completa, com frases e usando as tuas palavras, com os acontecimentos relativos aos anos indicados:
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